quarta-feira, 20 de maio de 2015

#2 Resenha Literária: Os Famosos e os Duendes da Morte

 Título : Os Famosos e os Duendes da Morte
 Autora : Ismael Caneppele
 Numero de páginas : 93 paginas
 Gênero : Drama
 Edição : 1ª edição 
 Editora : Iluminuras


Os Famosos e os Duendes da Morte traz a história de um jovem cheio de conflitos internos e externos. Morador de uma cidade pequena do Rio Grande do Sul, o garoto de 16 anos enfrenta o tédio dos dias, rodeado por pessoas que não o entendem e nem entendem os gostos que ele nutre. O personagem busca fugir da monotonia cotidiana na internet, onde ele passa então a conversar com pessoas que, de certa forma, compreende os dilemas pelos quais ele passa. O livro então chega ao clímax, a estória passa a girar em torno da dúvida contante que o atormenta, fugir, ou permanecer? Partir, ou ficar? Viver, ou morrer? E todas essas questões filosóficas ficam ainda mais intrigantes quando o autor envolve a música melancólica de Bob Dylan na trama.
O livro chama atenção para os dilemas da adolescência, traz de uma forma poética fatos que rodeiam a mente da maioria dos jovens. os dramas e os traumas desta fase da vida. O autor aborda sempre as questões pelas quais o personagem passa de maneira conflitiva, há sempre dois lados de uma decisão a ser tomada, e as consequências que certa decisão irá gerar. 
Tédio, dúvida, amor, incerteza, raiva, angústia, a trama se desenvolve a partir de uma série de emoções, que se misturam com a passagem dos fatos e vão trilhando o roteiro do garoto. Cada cena carrega uma dose de mistério, a maneira como os acontecimentos são escritos criam inúmeras possibilidades para uma única ação. O livro consegue, de certa maneira, romper o paradigma de que na adolescência não se discute acerca de assuntos sérios. O escritor narra com maestria a situação em que se encontra a maior parte dos jovens contemporâneos.

"Eles, os de longe estavam quando eu precisava. Aguentavam quando nem eu mesmo. Riam quando contava sobre meu mundo. Ouvíamos as mesmas músicas, viajávamos na mesma estação e passávamos as noites em claro. Ao contrário de mim eles não precisavam acordar nunca. Diziam que no longe não era preciso acordar. Longe é o lugar onde a gente pode viver de verdade."

Por: Ana Carolina Abreu

Um comentário: